11 de fevereiro de 2011

As palavras que nunca te direi

Quando começamos a namorar eu tinha uma grande dificuldade em imaginar-nos o resto da vida. Há muito tempo que não punha a hipótese de ter uma relação a longo prazo e estava bem assim, vivendo um dia de cada vez.
Foste-me pedindo para começar a por a hipótese de casarmos e eu fui pensando, fazendo planos (como eu odeio fazer planos). Comecei a imaginar que viamos televisão juntas antes de dormir, que jantávamos juntas.
De há um tempo para cá vejo a fantasia em que me instalei (por isto é que eu detesto fazer planos a longo prazo, nunca correspondem à realidade). Nós não iamos ver televisão antes de dormir nem jantar as duas juntas. Eu imaginei planos com uma pessoa que não corresponde à tua personalidade. Tu não és uma pessoa caseira, rapidamente te fartarias de ter programas só comigo.
De há um tempo para cá fui levando, lentamente, um balde de água fria.
De há um tempo para cá comecei a ver que a nossa vida futura ia ser como a atual. Não iamos fazer nada daquilo que imaginei porque estes são programas que me agradam a MIM e não a NÓS.
De há um tempo para cá percebi que o resto da minha vida ia ser como era até há pouco tempo. Eu ia passar as noites sozinha enquanto acordava de hora a hora a olhar para o telemóvel porque tinhas ido sair até às tantas e eu estava preocupada.
E isto, meu amor, não é aquilo que eu quero para o resto da minha vida. Para passar as noites só, baixo as espectavivas e passo-as só porque quero e não porque não tenho outro remédio.
Back to square one... Volto a ser a pessoa que era. Não imagino relações duradouras nem planos a longo prazo. Porque aquilo que imagino é (muito) diferente da realidade.

Oh silly, silly me.

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